INFORMATIVO
28/10/2019 Mioma uterino afeta cinco em cada dez mulheres em idade reprodutiva
No mês dedicado à saúde da mulher, especialista sugere tratamento minimamente invasivo que preserva o útero
Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama. A data, celebrada anualmente, tem como objetivo proporcionar maior acesso das mulheres aos serviços de diagnóstico e tratamento da doença, responsável por quase um em cada quatro óbitos por câncer em todo o mundo.
Mas, apesar do mês ser dedicado à saúde das mamas, a data também é uma excelente oportunidade para as mulheres realizarem um check-up anual, a fim de detectarem outras doenças. Entre elas, o mioma uterino.
Os miomas são tumores/nódulos benignos, de origem do tecido muscular, e que costumam aparecer em cerca de 50% das mulheres em idade reprodutiva (30 a 50 anos).
Em algumas mulheres, a doença apresenta sintomas como sangramento intenso e aumento do período menstrual, dor abdominal, pressão pélvica, além de vontade de urinar com frequência e desconforto durante a relação sexual. Em outras, no entanto, sua identificação só ocorre durante exames de rotina, como ultrassons pélvicos e de abdômen.
Os miomas uterinos podem aparecer em diversas regiões do útero e também em tamanhos variados. Há, hoje, diversas opções de tratamento. Uma delas, considerada minimamente invasiva, é a embolização do tumor. Neste método, navega-se com um cateter, por meio da punção de uma artéria periférica, até a artéria uterina, que nutre tanto o útero quanto os miomas.
O procedimento, além de aliviar os sintomas, impede o fluxo de sangue que nutre os tumores. Com isso, os nódulos acabam secando e reduzindo seu volume em até 50%, conforme explica o médico Renato de Souza Astolfi, diretor e coordenador da área de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular do Instituto Santista de Hemodinâmica.
“Na embolização, o tumor não é retirado, como ocorre na cirurgia convencional. Ele é um tratamento alternativo, onde o tumor é secado, cortando sua irrigação. Com isso, reduzimos os sintomas, o desconforto da paciente e diminuímos o volume do útero de forma geral”.
O método também é uma excelente alternativa para mulheres que veem o sonho da gravidez ameaçado, já que os miomas uterinos também estão associados a quadros de infertilidade. “Ele é minimamente invasivo e preserva o útero, que em muitos casos é completamente retirado em uma cirurgia ginecológica”, completa o especialista.
Os únicos casos em que o procedimento não é indicado são os de doença maligna, gestação e infecção ativa. Após a punção do mioma, a paciente pode apresentar além de dor, febre baixa, náuseas e corrimento vaginal. Porém, em um curto prazo, retorna as atividades habituais.