INFORMATIVO

28/01/2020 Tratamento de mioma de útero sem cirurgia

O mioma nada mais é que um tumor benigno (não canceroso) que se desenvolve na camada muscular do útero e acomete mulheres já a partir de 25 anos; porém, somente ¼ das mulheres portadoras de mioma desenvolvem sintomas, sendo os principais: sangramento menstrual prolongado e abundante (ás vezes com eliminação de coágulos), anemia, cólicas menstruais intenas, sensação de peso no baixo ventre, vontade constante de urinar com sençação de pressão na bexiga , dor lombar,dor nas relações sexuais, pressão no intestino (com constipação), aumento do volume abdominal, abortamento e o pior deles, a infertilidade.

O diagnóstico se faz, inicialmente, por meio de exame físico simples com o ginecologista que confirmará a presença, ou não, de mioma através de uma ultrasonografia.

Até bem pouco tempo, o único tratamento conhecido para o mioma era a cirurgia, ou seja, a retirada total ou parcial do útero (histerectomia). Atualmente, existem técnicas vídeo-endocóspicas que possibilitam a retirada exclusiva do mioma, mas para isso o tumor deverá estar localizado numa camada superficial do útero; entretanto, os miomas volumosos ou numerosos (múltiplos) e internos (intramurais) só são retirados, em sua grande parte, com a remoção também do útero.

De uma certa forma, a cirurgia resolve o problema, mas de maneira radical pois, na franca maioria das vezes, o útero é completamente extirpado.

No caso de mulheres acima de 50 anos, a cirurgia era considerada a melhor escolha já que ela não mais está em idade fértil, porém, além das complicações que podem aparecer devido ao ato operatório (ex: problemas, infecção, hemorragia, dores, aderências, diminuição na vida média da função ovariana, distúrbio sexuais, tromboses, etc.) a histerectomia leva a mulher a uma sensação de “vazio” pélvico afetando, inclusive, seu bem estar psicológico e sua feminidade.

Já em mulheres jovens, ainda em idade fértil (entre 30 e 40 anos), a cirurgia se apresenta como resolução terapêutica extrema, muitas vezes com a perda inevitável do potencial de gravidez já que grande parte de mulheres jovens inférteis assim o é em decorrência justamente de pequenos miomas que impedem a estabilização do ovo (embrião) nas paredes uterinas, provocando perda do mesmo.

Também devemos salientar que o colo do útero é coadjuvante na lubrificação vaginal e na liberação das endorfinas importantes para o orgasmo, daí a preocupação com a preservação deste importatnte órgão.

A partir de 1994, preocupado com o crescente número de histerectomias na Europa e américa do Norte (só para ter idéia, nos EUA, de cada 03 mulheres com 60 anos, uma já foi submetida á retirada radical do útero…) um médico francês chamado Raviná começou a buscar menos extremistas para o tratamento do sangramento relacionado ao mioma; ele iniciou testes envolvendo o cateterismo seletivo para embolização (sub-oclusão) dos vasos (artérias de pequeno calibre) que nutrem o útero e, conseqüentemente, os miomas que nele localizados.

Após 100 casos realizados, sua taxa de sucesso foi de 85%. Atualmente, pesquisadores norte-americanos estão descrevendo inúmeros estudos envolvendo essa técnica com ótimos resultados. No Brasil, desde 1.999, vários especialistas estão se dedicando a embolização seletiva da artéria uterina no caso de miomas e sangramento, sendo um dos principais destaques o Prof. Dr. Claudio Yokoyama, de São Paulo, que possui uma das maiores casuísticas do país. www.yokoyama.com.br

A técnica da embolização em si, comparada a cirurgia, é muito mais simples e seus riscos bem melhores; após anestesia local, ou bloqueioperidural, um pequeno furo é feito na virilha da paciente (por agulha especial) e por ele é introduzido um fino tubo (cateter) que é conduzido até a artéria uterina distal; estando o cateter lá posicionado, o médico (angioradiologista) injeta por este tubo micro-partículas (PVA ou Embosferas) que irão provocar a oclusão parcial dos vasos distais que nutrem a região do útero onde está o mioma e, com isso, o aporte de sangue diminui ocorrendo uma redução considerável do tamanho do útero e, conseqüentemente, do mioma. Todo o procedimento leva, em média, de 30 a 50 minutos de duração com internação de 24 a 48 horas, sendo que a mulher estará apta a retornar às suas atividades profissionais em 05 a 07 dias, deixando o hospital somente com um pequeno furo na virilha.

Já há 2 anos tenho trabalhado semanalmente com o Dr. Yokoyama e os resultados terapêuticos parecem bem satisfatórios.Algumas das jovens pacientes que se submeteram a embolização, antes inférteis devido a miomatose múltipla, já conseguiram engravidar.

Por fim, quero deixar claro que não se trata de técnica milagrosa e tam-pouco de procedimento substitutivo para a cirurgia de retirada do útero. Trata-se, sim, de um novo conceito no tratamento da miomatose uterina, bem menos agressivo para mulheres na menopausa e, no caso de mulheres inférteis, uma alternativa viável para conseguirem uma gravidez.

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