INFORMATIVO
14/10/2019 FERTILIDADE APÓS A EMBOLIZAÇÃO UTERINA
Vários artigos descrevem gestações com êxito após o procedimento de embolização de miomas, entretanto, mulheres com mais de 40 anos são mais afetadas por miomas sintomáticos (>40% das mulheres acima de 40 anos), idade a partir da qual, por questões hormonais, naturalmente a fertilidade diminui. O questão sobre miomas e infertilidade ainda necessita de maiores pesquisas e investigações. McLucas estudou mulheres com menos de 40 anos com intenção de engravidar e que foram submetidas à embolização de miomas, dessas 44 mulheres, 48% conseguiram engravidar com gestações a termo e bebês saudáveis. Entre elas, quatro tiveram duas gestações e uma teve três gestações após a EAU. Nesse grupo nenhuma apresentou placenta acreta, ruptura uterina, danos fetais ou déficit de crescimento, nenhuma apresentou complicações. Outros autores elencaram complicações como maior indice de perdas fetais, nascimento pre termo, placentas atopicas, hemorragia pos parto. Com a diminuição de 50% do volume dos miomas após a EAU esperaria-se um indice maior de trabalho de parto prematuro e má apresentações fetais, que são complicações associadas ao miomas em geral. Portanto, a EAU preserva o útero e a fertilidade. A EAU é alternativa valida para mulheres que desejam manter sua fertilidade, mas não é perfeita. O sucesso a longo termo para mulheres mais jovens é comparável às mulheres de mais idade, sugerindo que elas se beneficiam igualmente do procedimento. Poucas mulheres no grupo mais jovem apresentaram complicações que poderiam afetar a fertilidade, como a falência ovariana por exemplo.
A EAU oferece como benefício sobre a miomectomia para pacientes mais jovens o tratamento minimamente invasivo, deixando o útero intacto. A possibilidade da embolização da circulação ovariana existe, mas é uma complicação rara. O risco de recorrência é mais baixo que da miomectomia, de modo que a paciente pode planejar a gestação com maior liberdade de tempo após o procedimento. Os sintomas dos miomas melhoram e o planejamento familiar não ficará restrito a uma pequena janela de tempo.
Para miomas maiores em mulheres que desejam engravidar, um potencial planejamento terapêutico poderia ser a combinação da EAU com a miomectomia. A redução do volume dos miomas pela EAU permitiria o tratamento após 2 semanas com miomectomia de um modo menos invasivo. Principalmente em pacientes mais idosas que não querem esperar 6 meses para depois descobrir que os miomas não diminuiram o suficiente; mas também mulheres com uteros muito grandes, maiores que gestação de 18 semanas, que provavelmente não terão um utero pequeno o suficiente para a concepção. A embolização da artéria uterina prévia a miomectomia também diminui o sangramento intraoperatorio e também diminui a necessidade de nova miomectomia no futuro, 90% não precisarão de novo procedimento.